quinta-feira, setembro 25, 2003

QUESÕES DE SAÚDE

O serviço público de saúde foi sempre problemático, andou sempre aos tombos, nunca encontrou um caminho direito. Vá-se lá saber porquê...

Uma das acusações dirige-se para a divisão do País entre litoral e interior - um litoral demograficamente muito denso (rico?) e um interior de densidade demográfica muito baixa (pobre?). Outra razão é a constante falta de pessoal técnico (médicos e enfermeiros). Parece lógico... Mas não é! Ora vejamos:

O litoral - grandes cidades, grandes infra-estruturas - deveria oferecer serviços de elevada qualidade. Nem sempre isso acontece. Aqui as listas de espera são longas! A qualidade, bem, este factor fica ao critério que quem me lê. Não me atrevo a defini-lo.
Quando - no litoral- se tem acesso a um serviço de saúde ele é 'suado' após uma longa caminhada. Como exemplo posso apresentar uma situação que acontece diariamente numa zona da grande área metropolitana de Lisboa.
-Inscrever no serviço é fácil.

-Acesso ao Sr dr.... já não é assim! Então? Entra-se numa longa lista de
espera para arranjar um Sr. dr. de acompanhamento - vulgo médico de
famiíia... - Dizem: se for urgente tem um dr para essa situação, pontual, que
não faz consultas de continuidade.

-Caso tenha já sido atribuído um 'médico de família' o acesso o consulta -
dizem: é imediato - mas, o objectivo da desejada consulta será também muito transpirado.
Se precisar marcar... por telefone é um risco - raramente encontra vaga.

Caso se dirija ao posto, para fazer a marcação pessoalmente, há que ir bem
cedinho pela fresquinha (mais ou menos 6h da madrugada), - levar banco e
agasalho e esperar a hora de abertura do centro....
Rezar, sim rezar para que tudo corra bem e ao chegar ao local a fila não vá longa de modo que não esteja completa a lista
do dia....
Ouvem-se comentários surrealistas com uma alegria que salta dos olhos 'fui o primeiro....' 'Ufa, estava a ver que já não apanhava vez...'

-Marcada a consulta, cerca das 8 horas da manhã, há que verificar o número
e esperar pacientemente pelo dr, que nunca chega a hora, são raros os
britanistas. Arrisca-se a sair do centro de saúde com uma doença nervosa e
muito «stresse». Há que programar muito bem esse dia e fazer outras coisas
enquanto se espera, para que não seja tudo perdido. Aproveite o intervalo
para fazer umas comprinhas, dar uma volta pelas montras ou ir descansar
num café próximo. Tudo com muita calma...

No interior, reconheço a coisa e muito mais complicada - é que aliado à divisão (fictícia) interior/litoral, parece haver cidadão de primeira e de segunda. Aí, raramente existe uma razoável prestação do serviço público de saúde in situ. Pode até existir edifício e meios tecnológicos, mas, por este ou aquele motivo, o serviço não cumpre o fim para que deveria estar vocacionado. As entidades locais têm se esforçado para combater ou minimizar as deficiências, o esforço tem-se mostrado pouco frutífero. A situação vivida por estas populações é mesmo de heróica precistência. Quando tem doenças de urgência ou até mesmo doenças crónicas (caso os hemofilicos) aguentam longos quilómetros para aceder ao necessário serviço público de saúde. Chegam a estar fora da sua área de residência 12 horas ou mais! Veja-se o que está a passar com doentes de Portalegre, três vezes por semana têm que arranjar coragem, paciência e muita calma para fazerem os tratamentos - longe, muito longe. Aguentam um sem número de gastos em transportes, em horas, em fadiga física, psicológica e em qualidade de vida...

Porquê?? Porquê??Saúde



Ainda há muito para dizer. Hoje fico por aqui.

N.B.: consultem a imagem do estado da saúde em Portugal


sexta-feira, setembro 19, 2003

Portugal continua a arder!!

Como e possível em pleno século XXI viver uma situação de calamidade deste tipo. Como?
Afinal que saber recolhem os técnicos da floresta.... Hoje tudo sao especialidades. Tudo, tem o seu conhecimento específico de protecção, de renovacao, de vida. Onde estavam esses senhores do conhecimento????

Ontem, o homem no seu empirismo dominava todo o ciclo de vida da floresta. Hoje, vive praticamente de costas voltadas.... melhor só a usa para satisfazer o seu egoísmo quer seja comercial ou de lazer pessoal. Corta-lhe o alimento, retira toda a seiva do seu ventre e arranca os filhos dos seus braços. Depois abandona-a.

A floresta chora.... Despe as suas roupas de festa, verdes, amarelas douradas ou de milhares de outros matizes. Cobre-se dum manto negro. Veste de luto!

Uns relatam o facto como um jogo de futebol, outros no confortavel sofa comentam, poucos sao os que realmente fazem algo. Tenho de ser justa e recordar uns: Os bombeiros que, nada tendo a ver com isto, se mandam para a frente de batalha com a argucia dum forcado frente a sua fera.

A floresta triste castiga.... retira-nos o ar...

Nao magoem a floresta!! Chegou a hora de parar.
Soube por um amigo da existência deste espaço, fiquei curiosa. Resolvi experimentar.

Isto ainda é muito novo para mim... Vamos ver como me vou sair.