Mulher
Âmago, corpo,
Seio de alimento,
Seiva pura de vida
Fermento
Mulher
Tu, de peito rasgado
Pela luta de alvitrada dor
Que consome, por vezes,
a alma.
Corroendo partes de ti
Te esvazia o ventre
Te criva no coração
Lanças desorientadas
De esperança.
Tu,
cada vez mais mulher,
cada vez mais poderosa
Explodes. Sôfrega de paz
Por momentos, o mundo cai.
A teus pés, tudo parece ruir.
Acordas no intimo
Aquela força regeneradora,
Capacidade perpétua
De reconstruir
guerra sem tréguas
Lutas Metamorfósicas
Metastases enlutadas
Mulher
Corpos que se agitam
Luzes que se acendem
De novo
Pelo poder da tua força
Pela génese do teu ser.
Tu és, e serás
Sempre,
Eternamente
Mulher!
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